O ambiente de TI mudou, nas décadas de 70, 80 e 90, de tal modo que seu grau de importância e relevância tornou impossível dissociá-la do processo de tomada de decisão, em virtude da necessidade do emprego maciço de processamento de dados, os quais precisam ser dispostos de forma adequada ao consumo da informação necessária para as empresas modernas, que passaram pelos processos de reengenharia, globalização e pelo advento da internet em alta velocidade associada ao emprego da tecnologia móvel nos dias mais recentes O emprego da tecnologia fez com que as práticas empresariais pudessem ser aperfeiçoadas e novos modelos de administração, empregados e embarcados em sistemas da informação melhores e mais acurados.
As empresas e corporações de pesquisa são as que têm maior necessidade de obter dados e de convertê-los em informação com o emprego da TI. Essa necessidade é plenamente justificável pela forma como vivenciamos o mundo no século 21. O cenário é complexo: volumes gigantescos de dados alimentam as bases das organizações; infraestruturas utilizam redes; processamento é distribuído; computação em nuvem precisa digerir essa pilha imensa de dados; informações mutáveis são geradas a partir desses tijolos básicos e precisam ter acurácia suficiente para gerar impacto e valor. Isso só acontece quando produzimos o conhecimento a fim de adquirir competência para gerar riqueza. Para conhecermos melhor essa complexidade e sabermos como passar do dado para a competência, necessitamos de um parêntese um pouco mais extenso. Vamos definir estes dois termos: dado e competência.
Segundo Setzer (2001), “Informação é uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada através de uma teoria lógica ou matemática), que está na mente de alguém, representando algo significativo para essa pessoa” (SETZER, 2001). Seguindo esse raciocínio, dados, quando passíveis de entendimento, precisam de uma pessoa para que sejam associados de forma a produzirem informação. Isso ocorre porque nosso cérebro busca correlações entre os dados e nossas memórias para produzir significado e entendimento, mesmo que isso nos leve à imprecisão.
Voltando a Setzer, ele cita o seguinte exemplo: “Quando se lê a frase ‘a temperatura média de Paris em dezembro é de 5oC’, é feita uma associação imediata com o frio, com o período do ano, com a cidade particular” (SETZER, 2001), ou seja, é uma informação. A informação, para ser interpretada como tal, precisa estar apoiada em um sistema de valores que leva em consideração uma série grande de fatores que vão influenciar a forma como nós vamos interpretá-la. Além disso, por sua natureza, interpretação e imprecisão, acabamos por valorá-la subjetivamente como verdadeira ou falsa. Portanto, seu conceito, como se pode perceber, é vago e intuitivo. Uma definição primeira, feita por Platão e dita por Sócrates, define conhecimento como sendo “crença verdadeira justificada”. Por outro lado, levando-se em consideração a tecnologia da informação, “conhecimento é definido como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado por alguém” (SETZER, 2001). Essa definição acaba por complementar a de Platão / Sócrates, pois a justificativa na crença está na vivência, na experiência. Um engano muito comum, cometido pelas pessoas em geral, é o que tange o falso conceito de que um computador pode conter conhecimento mediante a utilização de uma representação para tal. Todavia, o que podemos encontrar em um computador é a tradicional “base de dados”, caso este tenha dispositivos de armazenamento, como, por exemplo, um disco rígido.
Setzer (2001) caracteriza competência como uma capacidade de executar uma tarefa no “mundo real”. Ela não está contida, assim como o conhecimento, em um computador. Dessa forma, um indivíduo só pode ser considerado competente em alguma área se demonstrou, por meio de realizações passadas, a capacidade de executar uma determinada tarefa nessa área.